Cuidados na restrição alimentar para o verão

Cuidados na restrição alimentar para o verão

11

jan 2024

Por:Débora Nunes
Dicas

O verão é uma época muito aproveitada no Brasil, época de altas temperaturas e muita praia, e com ele todo mundo quer ter “o corpo do verão” e muitas pessoas passam a redobrar o cuidado na alimentação, ou fazer dietas muito restritivas, com o objetivo de alcançar resultados rápidos. É necessário ter cautela nesse momento, pois mudanças bruscas de comportamento alimentar, podem não vir a cair bem para o nosso organismo e até interferir na piora de más consequências para nossa saúde.

A primeira dica é muito importante: beba mais água! Grandes temperaturas estão ligadas a desidratação, e muitas vezes só bebemos água quando já estamos com sede. O que é um sinal de alerta do corpo. Aqui vale tudo, principalmente água, sucos, bebidas gaseificadas, chá gelado, água de coco, dentre outros. Sinais como tonturas, desmaios, cansaço, palpitações, mal-estar e, em situações de extremos, até a morte. Idosos e crianças estão mais suscetíveis a essas mudanças e por isso esses grupos de idade merecem um cuidado redobrado por terem uma pele e um organismo mais sensível e menor capacidade de regular o fluxo sanguíneo e as glândulas sudoríparas.

Aposte em alimentos leves: Incluir frutas (manga, abacaxi, mamão, laranja, melancia), castanhas (castanha de caju, castanha do Pará, amêndoas), e vegetais (alface, cenoura, pepino) são ótimas pedidas para essa época. São alimentos de fácil digestão que podem ser consumidos em qualquer horário do dia, sozinhos ou como mix no caso das castanhas, in natura como as frutas, ou saladas como os vegetais e folhas e ainda a mistura agridoce de frutas e vegetais. Estes alimentos são ricos em vitaminas e nutrientes e muitas fibras, que além de facilitar o trânsito intestinal, hidratam por conterem bastante água. Apostar em receitas como picolés de frutas, saladas coloridas, salpicão são boas opções para partilhar com a família e os amigos.

Tomar cuidado pois as dietas restritivas podem ajudar de maneira mais rápida, mas a longo prazo podem ser prejudiciais ao organismo. Por exemplo, a restrição severa de carboidratos com o objetivo de “secar rápido” pode levar o corpo à fraqueza extrema. O carboidrato tem papel principal no aporte primário de energia, e sua retirada brusca pode causar um efeito contrário chamado rebote: o organismo se ressente da falta do nutriente e provoca ataques compulsivos que fazem a pessoa comer mais nas próximas oportunidades, pelo receio inconsciente de acreditar estar em possível ameaça de oferta alimentar. Portanto os extremos nunca são bons.

A quantidade necessária de calorias das refeições varia conforme a necessidade de cada pessoa. Consideram-se fatores como o gasto energético diário, prática de atividade física, percentual de gordura corporal e massa magra.

Portanto ao buscar o emagrecimento sem comprometer a saúde é preciso, antes de tudo, promover mudanças dos hábitos e no comportamento alimentar. Fazer refeições intercaladas e também enriquecê-las com proteínas magras, evitando excesso de carne vermelha ou gordurosas. Variar entre cozidos, grelhados ou assados diminui as toxinas das frituras, que também não combinam com o calor do verão. Evitar industrializados e embutidos que são alimentos com excesso de sódio e compostos químicos que podem alterar a pressão arterial junto com as altas temperaturas.

Vitamina D: a vitamina do verão brasileiro! O verão é uma época excelente para repor essa vitamina que geralmente está abaixo dos níveis de normalidade em toda a população. A exposição ao sol é uma fonte natural e eficaz de vitamina D, contribuindo para a saúde óssea. Cerca de 90% da vitamina D do nosso corpo provém da luz do sol. A quantidade de vitamina D gerada pela luz solar vai depender da estação do ano, hora do dia e do tempo de exposição ao sol.

A deficiência de vitamina D causa baixos níveis de cálcio no sangue. Para tentar aumentar o baixo nível de cálcio, o organismo pode produzir uma quantidade maior de hormônio da paratireoide. No entanto, à medida que o nível do hormônio da paratireoide torna-se mais elevado (um quadro clínico chamado de hiperparatireoidismo), o hormônio drena cálcio dos ossos para aumentar o nível de cálcio no sangue.

O hormônio da paratireoide também faz com que uma quantidade maior de fosfato seja eliminada na urina. Tanto o cálcio como o fosfato são necessários para manter os ossos saudáveis. Assim, ocorre um enfraquecimento dos ossos. Alimentos como ovos, peixes de águas profundas, gema de ovo, fígado de boi, cogumelos e sardinha podem ajudar no complemento nutricional, embora a exposição ao sol seja o que faz a vitamina D ser sintetizada pela ação dos raios ultravioletas, que convertem o 7-deidrocolesterol em pré-vitamina D3 e depois em colecalciferol.

Nosso maior pico de produção de vitamina D costuma ocorrer no verão. Em linhas gerais, a dose diária de luz solar direta na pele, recomendada pelos especialistas, é de 12 a 15 minutos, preferencialmente entre 9h e 16h, com uma parte do corpo exposta e sem o uso de protetores solares.

Além da alimentação, outras dicas devem ser levadas em consideração, como o cuidado com o uso de protetor solar, para evitar câncer de pele pelo calor excessivo, a prática de alguma atividade física pois o verão geralmente coincide com o período de férias, e com mais tempo livre podemos evitar o sedentarismo, retomar ou iniciar alguma atividade física, socializar com os amigos são muito importantes para nossa saúde e bem estar de modo geral.

Nutricionista Amanda Severo

CRN 6 –  33.051