Déficit Calórico

O déficit ou restrição calórica é uma das estratégias nutricionais utilizadas para o emagrecimento. É geralmente uma das opções recomendadas para a perca de peso corporal. Hoje vamos entender como e quando podemos aplicá-lo de uma maneira saudável e que não comprometa a nossa saúde pela falta de nutrientes, associando esta técnica nutricional no dia a dia. O déficit é basicamente o controle do consumo das calorias através dos alimentos, visando que as reservas de energia possam ser utilizadas para resultar deste modo, na perca de peso desejada e culminar no início do processo de emagrecimento.

É sempre crucial que este controle alimentar não seja feito de modo aleatório ou desacompanhado de um profissional Nutricionista capacitado, pois de acordo com o Conselho de Nutrição, somente este tem capacidades e autonomia para prescrever os alimentos de modo que a saúde do paciente seja preservada. Quando o IMC (Índice de Massa Corporal) encontra-se acima dos níveis normais (superiores a 24.9 Kg/m²) o que caracteriza o sobrepeso e os graus de obesidade (Obesidade grau 1: IMC entre 30 – 34,9 kg/m²; Obesidade grau 2: IMC entre 35 – 39,9 kg/m²; Obesidade grau 3 (mórbida): IMC ≥ 40 kg/m².

É necessária a redução das calorias, pois é neste quadro em que se pode iniciar uma descompensação entre a capacidade corporal de processar e armazenar e os alimentos, gerando assim acúmulo e sobrecarga para o corpo, momento em que se torna oportuno o surgimento das doenças crônicas como Diabetes, Hipertensão, Hipercolesterolemia, dentre outras, que costumam ser silenciosas, mas derivam de processos descompensados entre consumo e gasto calórico.

Segundo a American College of Sports Medicine, um programa adequado para redução de peso é aquele que:

1.Proporciona uma ingestão calórica não inferior a 1.200 kcal por dia para adultos normais de modo a fornecer uma seleção de alimentos que satisfaçam as necessidades nutricionais (estas necessidades podem diferir para crianças, idosos, atletas e outros);

2.Inclui alimentos que sejam aceitos pelo indivíduo que se submete à dieta, do ponto de vista sociocultural, respeitando ainda os seus hábitos, o seu paladar, o custo e a facilidade de compra e preparo;

3.Proporciona um balanço calórico negativo (não maior do que 500 a 1.000kcal por dia em relação à ingestão recomendada), provocando uma redução de peso gradual sem desequilíbrios metabólicos. A redução máxima de peso deve ser de 1kg por semana;

4.Inclui a utilização de técnicas de modificação comportamental de modo a identificar e eliminar hábitos dietéticos que contribuam para uma nutrição inadequada;

5.Inclui um programa de exercícios de endurance com uma frequência de pelo menos três vezes por semana, 20 a 30 minutos de duração por sessão, a uma intensidade mínima de 60% da frequência cardíaca máxima;

6.Oferece condições para que os novos hábitos alimentares e de atividade física possam ter continuidade por toda a vida, a fim de manter o peso atingido.

O objetivo principal de qualquer programa de redução de peso é diminuir a quantidade de gordura corporal e manter o tecido magro. A grande maioria dos estudos mostra que dietas de fome e com redução extrema da quantidade de calorias resultam em grandes perdas de água, eletrólitos e tecido magro. Portanto, é importante colocar a perca de peso como reflexo de uma mudança de mentalidade e de hábito de consumo, e deste modo será consequência; o emagrecimento. Percas de peso abruptas podem levar ao que chamamos de efeito rebote, que é quando por passar longos períodos de privação alimentar, come-se descompassadamente ganhando o peso que se havia perdido ou até mais, o que não se torna sustentável a longo prazo. Por outro lado, os efeitos benéficos observados nos estudos em humanos podem também estar relacionados a hábitos alimentares e de vida mais saudáveis, desde que bem acompanhados e com alimentos que possam suprir as necessidades do ser humano, sem comprometer sua saúde.

Nutricionista Amanda Severo

CRN6 33051